13o. Signo? Isso existe?
Há uma confusão entre Constelações e Signos. No céu real nós temos estrelas, que formam constelações.A Astrologia estuda as configurações celestes e sua relação com as situações vividas pelos seres humanos. É uma visão geocêntrica.A Astronomia estuda o espaço celeste, seus corpos e relações físicas entre eles.

Astrônomos de Minnesota afirmaram há mais de 5 anos que, decorrente da atração gravitacional Lua-Terra, houve um realinhamento estelar, fazendo surgir um 13º signo!
Essa é a notícia que circula ainda na internet e gera discussões e polêmicas.
Há uma confusão entre Constelações e Signos. No céu real nós temos estrelas, que formam constelações.
A Astrologia estuda as configurações celestes e sua relação com as situações vividas pelos seres humanos. É uma visão geocêntrica.
A Astronomia estuda o espaço celeste, seus corpos e relações físicas entre eles.
Ou seja, a Astronomia estuda fenômenos físicos e a Astrologia conceitos simbólicos.
Enquanto a Astronomia estuda os corpos celestes em sua posição no Universo, a Astrologia traça uma faixa circular virtual no céu, chamada faixa zodiacal, seguindo o caminho aparente que o Sol percorre.
E como nasceram os Signos na Astrologia?
Na Antiguidade a partir da observação dos planetas e seus ciclos, os estudiosos buscavam os melhores períodos para cultivo de certos alimentos e plantações, olhavam para as estrelas e relacionavam aos períodos de tempo, que mais tarde formaram o que são hoje as estações do ano.
A base da Astrologia está nas Qualidades Primitivas do Tempo.
O nome dado a princípio foi relacionado às Constelações, mas a teoria e origem dos Signos vem da relação das estações do ano e das qualidades primitivas do tempo.
O ciclo das estações entende-se como um ciclo do Tempo: QUENTE, FRIO, ÚMIDO E SECO. Essas qualidades serviram de metáfora para descrever tensões e movimentos.
Depois de observações em séculos se tornaram também uma metáfora simbólica de algo que acontece tanto na realidade física, quanto na realidade psicológica de cada um de nós.
O primeiro par de opostos cíclicos - Quente e Frio - metaforicamente passaram a simbolizar para os astrólogos antigos, os dois movimentos básicos de qualquer manifestação, isto é, a Expansão e a Contração.
Assim os Elementos surgem da combinação de duas Qualidades Primitivas que se interrelacionam e os 12 signos e se formam a partir daí, por diferenças nas proporções das qualidades primitivas e elemento a que pertencem.
São elas: Quente, Seco, Frio e Úmido.
Por exemplo: o período que a Terra recebe a energia de Expansão - Quente + Seco (independente do hemisfério), formam-se os três signos de Expansão = signos de Fogo.
O primeiro mês da estação, possui mais qualidade seca, o segundo mais quente e o terceiro mês que seria transição, receberia uma qualidade a mais.
O elemento fogo é formado pela interrelação entre Quente e Seco, logo, todos os três signos de Fogo - Áries, Leão e Sagitário - possuem as qualidades primitivas Quente e Seco, porém, Áries possui mais da qualidade Seco que predomina sobre Quente, enquanto Leão possui mais da qualidade Quente que predomina sobre Seco, e Sagitário também tem mais da qualidade Quente que predomina sobre Seco, mas tem um aporte (um "adicional") da qualidade Úmido que Áries e Leão não possuem.
E essa proporção é definida de acordo com o mês da estação do ano que se refere (início, meio e fim - 3 meses).
Vamos lá para outro exemplo:
Escorpião (Frio > Umido) tem predominância do Frio sobre o Úmido.
É "profundo". Aqui há uma capacidade de interiorização (predominância do Frio) sem resistências ou tensões (Úmido), gera as características da importância da vida emocional mas com muita força pessoal, determinação e persistência.
De certa forma, Escorpião representa a água no seu estado sólido (gelo), por isso, embora sensível, é o signo mais estável e corajoso do elemento água. É o signo do segundo mês da estação do ano, no nosso caso da Primavera.
O período que a Terra recebe essa qualidade Frio/Umido em um segundo mês de estação, +- 20 de outubro/ +- 21 de novembro é o que chamamos "Tempo de Escorpião".
As Constelações são mais que doze! Signos são apenas doze.
Os planetas, o Sol e a Lua estavam associados a arquétipos mitológicos e, assim, da observação do caminhar dos astros e seus significados simbólicos os conceitos astrológicos foram formados. Era assim, funcionava assim e continua funcionando até hoje.
Uma vez que a Astrologia trabalha com símbolos, é importante esclarecer que naquele dia em que você fraturou o dedo não foi porque Saturno, de mau humor, resolveu descarregar a raiva dele em você ocasionando a quebra. Provavelmente a posição de Saturno, nessa faixa zodiacal virtual, espelhava um aspecto tenso entre ele e o ponto de seu Ascendente, em seu Mapa Natal, por exemplo. Indicando uma necessidade maior de cuidados e comprometimento com o corpo e principalmente com as partes estruturais.
Nem Saturno, nem qualquer outro planeta, estrela ou satélite é capaz de "fazer coisas" na vida das pessoas. Mas um Astrólogo é capaz de olhar e prever a tendência de eventos para que possamos lidar da melhor forma com eles.
Astrologia é uma ferramenta incrível de autoconhecimento! Não é adivinhação muito menos vidência. É a visão do homem para o Cosmo e nos ajuda a entender comportamentos e trazer consciência para nos levar a mudanças, crescimento e transformações!
E você? Já conheceu essa ferramenta?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROMANO, Clélia. Fundamentos da Astrologia Tradicional. SP: Ed. Da Autora, 2011.
LINDEMANN, Ricardo. A ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Brasília: Ed. Teosófica, 2007.
QUEIROZ, Gregório José Pereira de. As qualidades primitivas na Astrologia: a formação dos Elementos, dos Signos e dos Planetas. São Paulo: Ed. Pensamento, 1997.
NAKATA, Elizabeth. 13.o. Signo. Artigo, 2012.
PESSOA, Adalberto. Astrognosis, 2012.